segunda-feira, 18 de maio de 2009

Agências

Escolher a agência pode ser uma tarefa difícil, existem dezenas de opções. Todo cuidado é pouco, assim como existem excelentes agências, existem aquelas que vão te enganar e/ou fingir que não te conhece depois de chegar no seu país de destino. As agências grandes, apesar dos preços abusivos, são na maioria das vezes a escolha dos estudantes, mas lembrem-se que existem agências pequenas, com preços mais em conta e oferecendo os mesmo serviços. Para se ter uma idéia, eu cotei com a World Study o mesmo curso que cotei com a minha agência (não vou citar o nome, porque eles não foram 100% transparentes comigo), e pasmem a diferença foi entre uma e outra foi mais de R$4.000. Alguns passos são essenciais na escolha:
  • Consulte o CNPJ da empresa
  • Confira se a empresa possui alguma ação na justiça
  • Tente entrar em contato com pessoas que estão fazendo ou que fizeram intercâmbio pela agência, peça referências para essas pessoas
  • Verifique a quanto tempo ela está no mercado, empresas com mais tempo de mercado costumam ser mais profissionais e oferecer serviços melhores
Muitos recomendam consultar o belta, eu particularmente não acho que isso comprove que é uma empresa idônea, mas se quiserem consultar o site é esse: http://www.belta.org.br/default.asp Após feita a escolha não deixe de verificar no seu orçamento:
  • Quantas e quais taxas você esta pagando, e se as mesmas são legais (muitas empresas criam taxas para tudo);
  • Verifique o câmbio, algumas vezes ele é excessivo;
  • Se você tem moeda estrangeira guardada, ou, tem algum contatoque te ofereça taxas cambiais bem mais baixas, pergunte na agência se pode fazer o pagamento com moeda estrangeira;
Quando for comparar orçamentos, verifique se ambos possuem o mesmo número de horas semanais, passagens, taxas consulares ou administrativas. Quem pretende fazer algum programa de trabalho precisa redobrar a atenção, muitas agências mandam "escravos" ao invés de estudantes.
Deve se tomar cuidado também com as informações concedidas pelas agências, as agências costumam vender planos de saúde e outras coisas sem nescessidade alguma. Em TODAS as agências em que fiz orçamento, fui informado que um plano de saúde era indispensável para conseguir o visto, mas no meu caso não era nescessário, porque o governo britâncio oferece acesso total e ilimitado à rede pública (que é uma das melhores do mundo) para estudantes de longo prazo (6 meses ou mais). Portanto meus caros antes de fechar qualquer pacote, ligue para o consulado do seu país de destino e CONFIRA SE TODAS AS INFORMAÇÕES ESTÃO CORRETAS!

domingo, 17 de maio de 2009

Homestay X Student Acomodation

Primeiramente, vamos saber como ambos funcionam. A homestay é a popularmente conhecida "casa de família", você mora com uma família e pode optar por refeições incluídas ou não. Student Acomodation é a popular "república", ou seja, você vai morar em um apartamento ou casa com mais estudantes.
Mas qual das duas escolher? Essa é uma questão muito pessoal e de sorte! A minha host family era muito gente boa, mas eu não me sentia a vontade, tinha a sensação de que eu era uma visita e não um morador da casa. Então me mudei para  uma Student Acomodation aonde já moro a 6 meses, admito que não é o mais confortável e limpo dos lugares, mas é o onde me adaptei melhor, e além disso estou bem no City Centre 5 min andando de tudo que preciso.
Homestay costuma ter algumas mordomias, por exemplo, você não precisa dar faxina na casa, não precisa lavar roupas, não precisa cozinhar (se você tiver optado pela comida inclusa) e além disso vai estar em contato com os locais. Mas tem algumas desvantagens também, você tem que seguir às regras da casa, geralmente ficam mais afastadas do City Centre, e o custo final é mais alto.
Morar com estudantes de toda parte do mundo contribuiu muito para o meu crescimento também, aprendi a respeitar e ser mais tolerante e paciente com as pessoas. Mas às vezes sinto que se estivesse em uma homestay estaria aprendendo mais...mas nada me impede de voltar para uma.
AH...uma dica para quem esta pensando em fazer o intercâmbio, não paguem toda a acomodação no Brasil. Geralmente a acomodação se paga por semana, então quando você chegar na sua escola converse com eles e peça para você pagar mensalmente ou quinzenalmente. Mas para isso tem que se organizar para não perder o seu lugar na homestay ou acomodation.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Resumão do primeiro mês

O planos do primeiro mês era ficar em homestay para ter mais contato com a língua e a cultura local, mas me decepcionei bastante. Apesar da minha família ter sido muito legal comigo, eles não se socializavam muito , os pentelhos ficavam jogando playstation o dia todo e a Sarah (mãe dos pentelhos) quando chegava do trabalho ficava a noite toda assistindo TV. Então restavam meu cubículo e algumas revistas que tinha comprado, foi nessa hora que a minha ficha caiu: Eu estava completamente sozinho, e tinha chagado a tal hora do "se vira".
Durante a manhã eu tinha aula, e a tarde e a noite eu bebia cerveja e tentava ler revistas em inglês. Esse foi o pior o momento do meu intercâmbio até agora, eu não tinha nenhum amigo, nenhum conhecido num raio de 400km e NADA para fazer. Então após o terceiro dia vivendo dessa maneira liguei para o meu Pai e perguntei se era possível que eu comprasse um notebook, graças a Deus a resposta foi SIM! 2 minutos depois do telefonema eu estava esperando o metrô para comprar o único meio de comunicação e entretenimento doméstico que teria nas próximas 48 semanas.
Depois de 25min de metrô até um Retail Park (local com várias lojas grandes e supermercados), rodei todas as lojas do lugar até achar o custo benefício melhor - mais pra frente vou fazer um post sobre compras com as principais lojas. 1 hora depois e £450 a menos no bolso, estava com o tão esperado notebook que acabaria com meu tédio e permitiria minha comunicação com o mundo.
O primeiro mês foi talvez o mais complicado, apesar de tudo ser novo, eu nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa. Mas o crescimento que o primeiro mês me proporcionou foi inacreditável. Eu nunca fui um exemplo de filho, neto, sobrinho, tio e nunca tinha dado valor algum para minha família, mas aqueles primeiros 30 dias me deram uma boa lição. Sabe aquelas conversas que seu pai ou sua mãe tem com você, que doem mais que uma boa surra? Essa era a sensação que eu tinha.
Passados uns 30 dias da minha chegada ao Reino Unido, eu estava me acostumando e começando a gostar do British Lifestyle, que incluía: Pubs, Futebol, Cerveja, Fish'n'chips e o Yorkshire Pudding da Sarah. Aquela rotina mais desacelerada estava me agradando, e a liberdade de poder escolher o que era melhor para min, estavam me fazendo muito bem! Pela primeira vez nos meus 19 anos de vida, eu estava fazendo o que realmente queria e sem a interferência de ninguém.
No fim do primeiro mês eu estava me mudando para uma acomodação estudantil, no centro da cidade, aonde moro até hoje. Minha vida de lá pra cá não mudou muita coisa, eu continuo estudando no mesmo lugar, continuo bebendo minha lorinha gelada no fim da tarde e continuo achando que o Yorkshire Pudding da Sarah é bom pra caralho...aliás mudou sim, agora meu quarto tem roupas e caixas de pizza por toda parte!

sábado, 25 de abril de 2009

Finalmente o Reino Unido!

Finalmente conheceria um dos lugares que mais quis conhecer em toda a minha vida, Londres! Que cidade fantástica, nunca havia estado em lugar tão...tão...indescritivel em minha vida. A cidade é uma mistureba que eu nunca tinha visto antes, Chineses, Coreanos, Espanhóis, Africanos, Italianos, Brasileiros, Indianos, Árabes...enfim gente de todo os cantos possíveis do mundo. Só no terminal que desembarquei eu ouvi 5 línguas diferentes.
Londres é daquelas cidades, que, se você tiver condições de visitar não deve pensar duas vezes. Parques, lojas, museus, pubs, boates, shows, restaurantes todas as formas de diversão possíveis no mesmo lugar, sem contar que a cidade é linda. Logo no primeiro dia do passeio percebi que tinha acertado em não escolher Londres, apesar da cidade ser linda o o trânsito e a correria de cidade grande estavam por todo lado, afinal Londres não é uma mera cidade turística, é um dos centros economicos do mundo.
O que vale a pena visitar? TUDO! Mas como muitas vezes isso não é possível, recomendo além dos passeios "arroz com feijão" recomendo fortemente uma caminhada por Camden Town, Nothing Hill e por East End/Docklands (região dos arranha céus londrinos).
Acabado o passeio em Londres, finalmente chegava a hora de conhecer a cidade que me acolheria por um ano, e de conhecer a família que me acolheria por 1 mês. Cheguei no "terminal" de ônibus no fim da tarde, e após reparar nas ruas vazias e no tempo chuvoso, pensei que eu estava prestes a viver os meses mais deprimentes da minha vida. O plano era ir de metrô para a casa da minha host family, mas eu estava totalmente perdido, não sabia para que rumo andar, então parei um táxi. O motorista do táxi foi o primeiro contato com o "Geordie Accent" (Geordie Accent é o nome dado ao dialeto de Newcastle), eu não conseguia entender uma palavra sequer do que o cidadão balbuciava, então me contive apenas em entregar o endereço para ele.
No caminho fui apreciando aquela cidade que tinha um clima sombrio, como naqueles filmes medievais, mas que combinava perfeitamente com a cidade. 20 minutos depois cheguei à "minha casa". A vizinhança tranquila, organizada e limpa me agradou muito, além disso eu estava a menos de meio quarteirão da estação de metrô. Fui muito bem recebido pela minha host family, que era composta por dois pentelhos de 9 e 13 anos e sua mãe.
 

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Aquele abraço!

Apesar dos meses de preparo psicológico que eu enfrentei, a hora de dizer adeus foi dolorosa, MUITO DOLOROSA! Dois dias antes eu tinha organizado uma festinha apenas para os amigos e a família, e nessa festa o coração começou a ficar apertado. Mas o que realmente me fez cair em lágrimas, foi ver meu Pai num cantinho do salão de festas fumando e bebendo sua cerveja ao mesmo tempo em que chorava discretamente. Aquilo me cortou o coração e imediatamente meus olhos se encheram d'água (encheram de novo enquanto escrevia isso), nunca tinha visto meu Pai chorar daquela maneira. Por alguns segundos pensei em desistir, "porque iria causar muito sofrimento aos meus pais", mas logo lembrei que um dos propósitos da minha viagem era aprender a dar valor para meus amigos e pra minha família.
Dois dias depois (segunda-feira, 13 de Outubro de 2008)Havia chagado a hora do embarque, meu coração estava na mão, os olhos cheio de lágrimas e a cara pronta para levar vários tapas. Tentei não chorar mas foi impossível, quando olhei para a cara dos meus pais e dos meus amigos as lágrimas vieram novamente, mas desta vez em larga escala. E com os olhos encharcados me despedi dos amigos, de uma das minhas irmãs (a outra encontraria horas mais tarde em Londres), do cachorro (sim! ele foi ao aeroporto!) e dos meus pais. Estava triste por dizer adeus, mas estava orgulhoso de min mesmo por não ter desistido.
Embarquei as 10:40 com destino a Guarulhos e durante o voo, me preocupei apenas em colocar a cabeça no lugar e relaxar. Eu estava tão pilhado antes de embarcar que minhas mãos tremiam e suavam como eu nunca tinha visto antes. Cheguei em Guralhos aproximadamente 11:40, fui direto ao Guiche da Iberia, fiz meu check-in e me dirigi imediatamente ao portão de embarque. Aproveitei que tinha tempo e fui dar uma volta no Dutyfree, comprei algumas caixas de Kit-Kat (melhor chocolate que existe), um perfume e uma garrafinha de Vodka Absolut (vai saber se o avião da um problema).
As 16:00 embarquei em direção a Madrid. Se eu posso dizer alguma coisa sobre o voo é: Não voem pela Iberia. Eu sabia que não seria uma viagem confortável, mas como era um voo internacional de longa distancia achava que seria melhor. Foi tudo péssimo, desde o atendimento até os fones de ouvido que não funcionavam. Ainda por cima tinha uma senhora na fileira de trás que roncou 10 das 12 horas da viagem, nas outras duas horas ela estava comendo.
Cheguei em Madrid por volta de 9:30 da manhã do outro dia, e fiquei deslumbrado com a sensação de estar em outro país, apesar de já ter ido à terra do Tio Sam quando tinha 7 anos. Rapidamente me dirigi à imigração e entrei na fila de passageiros que tinham passaporte da União Européia, pois já tinha o visto. O agente da imigração me fez algumas perguntas e me liberou logo em seguida. Aproveitei que tinha alguns minutos e dei mais uma volta nos Dutyfrees espanhóis, comprei mais kit-kat e alguns chicletes para o ultimo trecho da viagem, Madrid-Londres.
Por volta de 10:40 embarquei com destino a Londres, onde desembarcaria por volta das 11:30 (mas o voo durou 2 horas). Pela primeira vez nas últimas 36 horas eu consegui dormir, não foi um sono da melhor qualidade, mas deu pra descansar bastante para encarar a espera de 6 horas pelo voo da minha irmã. Perambulei todo o aeroporto, liguei para casa e tomei algumas loiras geladas com uma amiga da minha irmã, que nos levaria para a casa dela em Londres.